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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

MP pede demissão de 891 servidores do sistema penitenciário - Segundo órgão, servidores estão irregulares porque não são concursados.

Do G1 AL
O Ministério Público Estadual de Alagoas (MP/AL) pediu, na tarde desta quarta-feira (7), a demissão de 891 funcionários do Sistema Penitenciário que estão trabalhando de forma irregular, nas penitenciárias da capital e do interior, por não terem sido admitidos através de concurso público. O pedido liminar foi feito por meio de ação civil pública movida pelo promotor de Justiça Coaracy Fonseca, através da 17ª Promotoria da Fazenda Pública Estadual.
De acordo com o ação civil pública, as contratações promovidas pela Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap) se deram “ao arrepio da lei e da Constituição Federal, com evidentes prejuízos à legalidade e à impessoalidade” e, por conta disso, a instituição “dispõe da perfeita legitimidade para o ataque das referidas condutas administrativas”.
“Ainda que fossem temporárias, as admissões sem concurso público já vêm se arrastando seguidamente há muitos anos e gestões, o que evidencia a necessidade permanente de a Secretaria de Estado da Defesa Social contar em seus quadros com um quantitativo de servidores compatível à demanda, o que não pode ser suprido mediante contratações temporárias, mas, sim, por meio da efetivação de concurso público”, diz um trecho da ação.
“Premente é a necessidade do Estado de Alagoas de equipar a gestão da Segurança Pública com recursos humanos suficientes, assegurando padrão de qualidade na execução dos programas atinentes aos serviços no âmbito da administração penitenciária”, continua.

Os cargos ocupados ilegalmente são de agente penitenciário, cozinheiro, motorista, profissionais de saúde, advogados, engenheiros, entre outros. Segundo o MP/AL, no estado existem militares desviados de suas funções e, para resolver o problema que o afastamento dos servidores causaria, sugere a lotação deles nas unidades prisionais para desempenhar o papel de agente.
Concurso Público
A ação civil pública argumenta ainda que a admissão de funcionários para cargos efetivos existentes no quadro funcional de um órgão público é “absolutamente inconstitucional e nula” e, com base nesse fundamento, pede o “imediato afastamento de todos os servidores contratados em desrespeito às normas constitucionais”, alegando inclusive que tais funcionários estão “a ocupar cargos, como reconhece a própria administração, através de 'contratos verbais', nulos de pleno direito, portanto” e que tais admissões irregulares podem comprometer toda a segurança pública.
Nas palavras de Fonseca, o concurso público é a forma mais democrática e legítima de seleção de pessoal, uma vez que se baseia na igualdade de oportunidades durante a disputa pelos cargos ou empregos, permitindo que sejam selecionados os melhores candidatos, conforme aptidões pessoais, para a satisfação dos interesses públicos.
A ação civil pública explica também que a “prática abusiva” de contratação ilegal  é antiga e, para tentar responsabilizar os gestores que não adotaram as medidas cabíveis no sentindo de pôr fim a ela, existe um inquérito civil público em andamento para apurar as condutas de antigos superintendentes penitenciários e de titulares da Secretaria de Estado de Defesa Social.
O promotor lembra que a Administração Pública se manteve inerte, mesmo após as diversas concessões de prazos para regularização da situação. As investigações no MP/AL começaram ainda em 2010, através do inquérito civil público nº 006/2010.
Sem agentes, presos fazem revista de visitantes no sistema prisional
Reeducandos do Sistema Penitenciário de Alagoas participam do processo de revista dos pertences e alimentos dos familiares que visitam os presos na Casa de Detenção de Maceió (Cadeião) e Cyridião Durval.

A denúncia foi feita pelo presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen), Jarbas de Souza.

O fato foi constatado durante revista do sindicato nas unidades prisionais. “Encontramos situações absurdas como presos ajudando nas revistas, ou seja, se quiserem podem colocar qualquer tipo de material ilegal, até armas para facilitar uma fuga”, disse o presidente, ressaltando que a situação coloca em risco a vida dos servidores e da sociedade alagoana.

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