Diário da Manhã Luciano T. Spicacci
A profissão de Agente Penitenciário foi classificada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como a segunda mais estressante em aspectos de
periculosidade. Entretanto, o encargo laboral não se limita “in loco”,
infelizmente, os riscos ultrapassam os muros das prisões. E mesmo assim, esses
profissionais não têm o direito de portarem arma de fogo fora do serviço.
Durante a jornada de trabalho os Agentes Penitenciários ficam 24 horas com
os encarcerados e seria impossível reconhecer o rosto de todos os detentos
quando estes ganham a tão esperada liberdade. E quando os agentes são
reconhecidos fora do serviço por esses mesmos ex-detentos, na maioria das
vezes, são mortos brutalmente. Isso ocorre porque os agentes são alvo fácil,
uma vez que, as respectivas rotinas funcionais e pessoais são identificadas
pelos bandidos, como por exemplo: onde moram, como se vestem, lugares
frequentados, etc.
Diante do exposto surge uma indagação pertinente aos servidores
penitenciários: andar armado fora de serviço para proteger a própria vida ou desarmado
para morrer? Pois, a única instituição de Segurança Pública do Brasil que por
andar armada teme tanto a Polícia quanto os bandidos, são as Agências
Prisionais.
E com pesar que nossa Presidenta Dilma vetou o porte de arma dessa tão nobre
categoria. Apoiada por alguns Organismos que se auto intitulam “Humanitários”,
são fortemente contra os agentes portarem arma de fogo. Situação essa que seria
totalmente irônica se não fosse trágica.
E a corroborar com essa vertente referência, surge outro questionamento
sobre as verdadeiras intenções desses “Organismos Humanitários” por que lutam
para desarmar os cidadãos de bem e os Agentes Penitenciários e por outro lado,
não lutam para fazer o mesmo com os bandidos? Que, diga-se de passagem,
continuamarmados e perigosos.
Suprir essas lacunas na lei é requisito para que ocorra o processo de
evolução estrutural, não apenas para os internos que cumprem pena, mas também
para os Agente Penitenciários. Através dessa correção, a categoria de fato,
valorizada como classe.
Assim, o porte de arma fora do serviço é uma necessidade vital para todos
Agentes Penitenciários do Brasil. E não uma questão de vaidade, pois nesse
contexto a arma é uma ferramenta de trabalho que hora ou outra precisará ser
usada. Sendo que a mesma arma que pode tirar a vida é a mesma que defende a
vida e a liberdade de todos os cidadãos.
(Luciano T. Spicacci, agente de Segurança prisional, escritor e professor.
E-mail: luts2009@hotmail.com)
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