Os agentes penitenciários poderão atuar como Policiais Civis no Estado de Tocantins
Polícia Civil aprova MP do governo que abre caminho para 800 promoções
Para a presidente do Sindicato dos Policiais
Civis do Tocantins (Sinpol), Nadir Nunes Dias, destacou que a Medida
Provisória é um avanço para a categoria no Estado
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O
governo do Estado editou e encaminhou à Assembleia Legislativa a Medida
Provisória 21/2013, que altera as regras de concessão de progressões
para a Polícia Civil e modifica atribuições de agentes penitenciários,
implementando a carreira e fortalecendo a atuação da Polícia Civil no
Estado. Esta medida é fruto da negociação feita entre o governo do
Estado e as entidades representativas da categoria que, entre outras
ações, promove mais de 800 policiais civis, atendendo a demandas da
categoria, e permite alterações nos Planos de Cargos, Carreiras e
Subsídios dos Delegados de Polícia e dos Policiais Civis, bem como no
Estatuto dos Policiais Civis.Para a presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol), Nadir Nunes Dias, destacou que a Medida Provisória é um avanço para a categoria no Estado. De acordo com ela, ainda, a alteração nas atribuições de agentes penitenciários fortalecerá a atividade da Polícia Civil tocantinense. “Esta é uma adequação para que ele (agente penitenciário) possa exercer, de fato, a função de polícia judiciária. Com esta medida, foi corrigida uma falha histórica, pois quem prendia não pode custodear e eles ficavam no meio do fogo cruzado”, explicou.
Uma das principais mudanças que beneficiaram a Polícia Civil foi a extinção de limite de vagas para a promoção de policiais civis. Com isso, a medida passou a beneficiar um número muito maior de servidores que poderão ter progressões horizontais e verticais, independente do número de vagas. Em razão da necessidade de existência dessas vagas para a progressão vertical, apenas 340 policiais civis seriam beneficiados, a um custo de R$ 310 mil /mês. Com o novo texto, sem o limitador de vagas, mais de 800 policiais poderão ser beneficiados a um custo de pouco mais de R$ 390 mil /mês.
Além disso, a MP prevê a alteração nas atribuições dos cargos de agente penitenciário, peritos criminais e outros, permitindo a atuação como agentes de Polícia Civil. De acordo com o secretário da Administração, Lúcio Mascarenhas, a partir desta mudança, o Estado contará com um reforço de cerca de 400 agentes que atuarão na investigação de crimes, por exemplo. “Nós fizemos uma alteração na atribuição desses cargos e, com isso, os agentes penitenciários poderão atuar como agentes e polícia. Isso amplia para o Estado o número de agentes da Polícia Civil”, disse. Desta forma, serão cerca de 400 agentes a mais que atuarão no Estado.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública, José Eliú de Andrada, a medida do governo do Estado atende às demandas estabelecidas entre a gestão e os representantes da categoria. “O governo teve a sensibilidade de atender às demandas e os representantes classistas tiveram a maturidade necessária para compreender o momento e entramos em acordo”, explicou. Ainda de acordo com ele, o reforço no contingente da Polícia Civil fortalecerá a atuação da instituição em prol da segurança do Estado. “São agentes treinados, capacitados e já integrados na carreira. Vamos superar a carência sem custos para o Estado”, complementou.
Defesa Social
Além dos profissionais da Polícia Civil, a MP contempla ainda a criação de cargos específicos para atuar nos presídios como Técnico em Defesa Social, Técnico Socioeducador, Analista em Defesa Social, Analista Socioeducador e Assistente Socioeducativo. Esses cargos se constituem em verdadeira revolução.
Conforme a Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds), responsável pelo setor penitenciário, esses cargos abrangem especialidades como Assistência Social, Pedagogia, Psicologia, Direito, Medicina Clínica, Educação Física, Enfermagem, Nutrição, terapia ocupacional e Odontologia, e, ainda, Técnico em Enfermagem, atuarão no setor de guarda e ressocialização de presos ou apreendidos em estabelecimentos socioeducativos, qualificando e modernizando o setor.
“Ademais, tendo em vista que o Sistema Prisional é responsável pela custódia, ressocialização e escolta dos detentos e, paralelamente, o sistema socioeducativo apresenta semelhantes atribuições, restam caracterizadas atividades exclusivamente estatais e de alta complexidade, para as quais se exige a realização de concurso público”, diz a proposta de criação dos cargos.
Conforme o secretário da Administração, a criação desses cargos em específico foi a partir de uma necessidade existente em efetivar processos de ressocialização no sistema penitenciário do Estado. “Hoje, no sistema penitenciário como um todo, contamos com servidores com treinamento mais na área policial. Com a medida, vamos ter servidores com formação em áreas específicas para a parte de reinserção de reeducandos na sociedade”, pontuou.
Foto: Márcio Vieira/ATN Fonte: Philipe Bastos / ATN Postador: Anne Costa
Operação apreende drogas na porta do Presídio de Itabira
Policiais militares participaram de uma operação de revista na entrada
do Presídio de Itabira, na noite dessa sexta-feira 26, e apreenderam
maconha e crack. Os militares encontraram 11 buchas pequenas de maconha e
uma pedra de crack abandonados no banco da portaria, possivelmente por
algum detento que percebeu a operação.
São 26 albergados que cumprem pena em regime semiaberto ou aberto.
Alguns dormem todos os dias no presídio; outros passam apenas os finais
de semana.
O detento Rodrigo Luciano de Castro chegou atrasado e, ao ser abordado,
se recusou a ser revistado pelos militares e foi levado à sala de
revista, onde descobriu-se que ele escondia dentro da cueca uma bucha de
maconha.
Rodrigo ficou agressivo e tentou agredir um agente, sendo contido ao
receber um tiro de arma não letal na perna. Ele foi levado por uma
viatura ao pronto-socorro onde foi atendido e depois encaminhado à
Delegacia de Polícia Civil.
POLÍCIA PENAL PODE SER UMA REALIDADE NO BRASIL COMO É NA ITÁLIA
A repressão à criminalidade organizada e
os instrumentos legais: sistemas de inteligência
por Rodrigo Carneiro Gomes
Na Itália, de onde adaptamos o Regime
Disciplinar Diferenciado, há a Polícia Penitenciária (Corpo dei Polizia
Penitenziaria), antes vinculada ao Ministério do Interior, hoje ligada ao
Ministério da Justiça italiano, pelo Departamento de Administração
Penitenciária e criada pela Lei nº. 395, de 15.12.90. Posteriormente, em 1997,
foi criado um grupo especializado, na estrutura citada, o “Gruppo Operativo
Mobile” (GOM) da “Polizia Penitenziaria”, com atribuições relacionadas a fazer
frente à exigência derivada da gestão de detentos integrantes de organizações
criminosas.
Rodrigo
Carneiro Gomes
Delegado de Polícia Federal, em Brasília, professor da Academia Nacional de Polícia. Pós-graduado em Processo Civil e pós-graduando em Segurança Pública e Defesa Social. Ex-assessor de Ministro do STJ. Atua na Diretoria de Combate ao Crime Organizado. rodrigo.rcg@dpf.gov.br
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