Facção comprou detectores de metal iguais aos usados por bancos para fazer testes e encontrar uma forma de passar telefone sem o aparelho ser percebido.
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O crime organizado criou um sistema de comunicação alternativo ao telefone celular para manter os negócios em funcionamento sem a interferência da polícia e do Ministério Público Estadual (MPE) no estado de São Paulo. É o chamado "bate-bola" - envio de mensagens de dentro do presídio para as ruas. O sistema é dominado por integrantes da cúpula da facção que comanda os presídios paulistas e exercem a função de "sintonia da rua" - ou seja, mantém a coesão e a ordem segundo as normas da facção entre presos ou bandidos livres.
De acordo com as investigações do MPE, os criminosos da cúpula mandariam "pipas" para as ruas, como são chamados os bilhetes por meio de mulheres, as pontes. "Essas mulheres levam semanalmente os bilhetes ocultos nos órgãos genitais para dentro dos presídios e após a "visita" trazem a resposta para os
comandados na rua", afirmaram os 23 promotores de todos os Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) no Estado de São Paulo.
Para manter o fornecimento de celulares nas cadeias, a facção comprou um "portal", como os detentos chamam os detectores de metal iguais aos usados por bancos. O objetivo era fazer testes para encontrar uma forma de passar telefone pelo detector sem o aparelho ser percebido.
A operação, aparentemente custosa, tinha como objetivo diminuir os gastos da facção, pois agentes corruptos estavam pedindo até R$ 25 mil para deixar entrar um único telefone na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está presa a maioria da cúpula do PCC. Se há a necessidade de contato mais
rápido, os bandidos mobilizam advogados que servem de pombo-correio para o crime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Presídio Regional de Montes Claros terá para ampliação
Através do termo de cessão de uso assinado no dia 2 de outubro de 2013, pelo prefeito Ruy Muniz, e publicado no Diário Oficial Eletrônico do Município de Montes Claros em 12 de outubro, a Prefeitura formaliza doação de terreno para a Secretaria de Estado de Defesa Social do Governo de Minas Gerais.
A área de mais de 10 mil metros quadrados (10.337,08 metros quadrados para ser exato) está situada no cruzamento da Rua Projetada “D” com a Avenida Antônio de Freitas, no loteamento Village do Lago III. De acordo com o termo de cessão, o terreno será utilizado pelo Governo de Minas na ampliação Presídio Regional de Montes Claros, que está localizado no bairro Jaraguá II, e que desenvolve atividades de custódia e ressocialização de presidiários.
A cessão de uso tem vigência por um prazo de 20 anos, contados a partir da data de assinatura do termo, e poderá ser prorrogável por termo aditivo desde que haja concordância entre as partes.
Vídeo Bandido levando tiro depois de roubar moto
VAMOS USAR O VÍDEO PARA AJUDAR NA PRISÃO DO ASSALTANTE QUE FUGIU
Preso Bandido do PCC que tinha a "missão" de levantar os endereços de agentes penitenciários
Sindicato da categoria repassou e-mail com medidas de segurança.
Justiça analisa pedido do MP para transferir 35 presos para RDD.
Do G1 São Paulo
Um integrante da facção que age dentro e fora dos presídios paulistas foi preso em Presidente Prudente e confessou que tinha a "missão" de vigiar agentes penitenciários de presídio em Presidente Venceslau.
No vídeo exibido no Jornal Hoje, ele diz a um policial que "mandaram olhar e levantar" os endereços de três funcionários da penitenciária onde estão presos chefes da facção.
O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), com 6 mil agentes filiados, informou ao G1 que passou a enviar comunicados por e-mail alertando seus filiados sobre medidas de segurança que deverão ter tomadas. “O sindicato está distribuindo e-mail para seus associados orientando-os a trabalharem com cautela, cuidado. A gente fica do lado da Justiça, mas a gente sabe que se ocorrer a transferência vai sobrar para nós. Nós somos o ponto mais fraco das forças de segurança”, disse o presidente Daniel Grandolfo.
De acordo com Grandolfo, apesar de ter se reunido com o secretário Lourival Gomes, da SAP, na última sexta-feira (11), o Sindasp ainda não solicitou pedido de reforço na segurança dos agentes. “Falamos na capital com o secretário sobre nosso receio em relação às transferências, mas falamos também de outros assuntos pertinentes à categoria, como quadro funcional etc”.
A sede do Sindasp fica em Presidente Prudente, interior do estado, onde estão alguns dos membros presos da facção em presídios da região. Ao todo, SP tem mais de 30 mil agentes filiados em três sindicatos.
De acordo com agentes penitenciários ouvidos pelo G1, eles estão em alerta desde o dia 3 de outubro. “Quando policiais militares da Rota [Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar] prenderam em Presidente Prudente um homem suspeito de fazer ‘campana’ contra os agentes e autoridades, anotando os horários de entrada e saída deles nas penitenciárias”, disse um agente que pediu para não ser identificado.
O RDD existe atualmente em Presidente Bernardes, considerada uma prisão de segurança máxima. Nesse regime, o preso não recebe visita íntima e só tem direito a duas horas de banho de sol por dia. Também não tem acesso a aparelhos de rádio e TV e não pode ler jornais e revistas. Quando pode falar com advogados, as conversas são monitoradas.
"Represália"
De acordo com Grandolfo, interceptações telefônicas feitas pelo setor de inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) flagraram conversas entre membros da quadrilha planejando uma "resposta’, uma "represália" à transferência de 35 chefes do grupo criminoso para o Regime Disciplina Diferenciado (RDD).
“Um dos caras [criminosos] fala assim: ‘Isso não pode ficar assim, irmão. Vai ter que ser cobrado. Se arrastar os irmão [Sic] nós vamos ter que cobrar essa fita aí. Isso não pode deixar quieto’”, disse Daniel Grandolfo sobre as gravações que teve conhecimento. “A gente pode imaginar tudo: atentado nas ruas e rebeliões nos presídios”.
O G1 procurou a assessoria de imprensa da SAP para comentar o assunto, mas a pasta não respondeu ao questionamento até a publicação desta matéria.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) analisa o pedido de transferência das lideranças da facção feito pelo Ministério Público (MP), que no mês passado também denunciou 175 pessoas acusadas de integrar a quadrilha. Todos os pedidos foram negados pela Justiça e a Promotoria recorreu. A assessoria de imprensa do TJ foi procurada nesta segunda para comentar o assunto, mas não havia respondido aos pedidos da reportagem até a publicação desta matéria.
“O momento é de tensão no sistema [prisional]. Caso o pedido do MP para transferir os chefes da facção seja concedido pela Justiça, tememos uma represália do crime organizado como houve em 2006, quando agentes e policiais foram mortos por criminosos”, afirmou Grandolfo a respeito dos atentados orquestrados pela facção contra as forças de segurança do estado. Naquela ocasião, os ataques ocorreram após a transferência de chefes do grupo.
De acordo com o sindicato, 38 agentes foram executados pelo crime organizado em 2006. Em 2012, durante a onda de violência entre criminosos e policiais, foram 18 agentes mortos pela facção. Neste ano, 12 já foram assinados por ordem da quadrilha.
Segundo o Sindasp, o "salve", como os criminosos chamam as ordens que devem ser executadas, ainda não foram ordenadas. “O setor de inteligência da SAP ainda não detectou nenhum "salve" para quebrar nenhuma cadeia, ou matar agente penitenciário ou policiais militares. Percebemos que os presos estão sendo monitorados pelo MP e setores de inteligência da Polícia. Mas temos ressalvas porque nesse momento os agentes estão preocupados. O momento é de tensão no sistema”, disse Grandolfo.
“Nessas conversas, a facção está bem confiante que não vai haver nada, que Tribunal [de Justiça de SP] não vai trancar os caras. Não trancando não vai haver nada. Se trancar haverá alguma represália. Vidas vão ser ceifadas. Alguns de nós vão morrer, infelizmente.”
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