EXCLUSIVA - “Caso Wesley”: Morte de agente prisional pode ter reviravolta com surgimento de dois laudos
José Ribamar Trindade
Redação 24 Horas News
Redação 24 Horas News
“Horror. A bala de escopeta calibre 12 abriu um enorme buraco no peito
do rapaz”. Palavras de um amigo da vítima no local do crime. A morte do
agente prisional Wesley da Silva Santos, morto aos 24 anos dentro da
Penitenciária Central do Estado (PCE), antigo Pascoal Ramos, pode ter
uma grande reviravolta nos próximos dias. O jovem que estava há apenas
17 dias trabalhando pode ter dois laudos de necropsia, um deles pode ser
falso. O Ministério Público do Estado (MPE) está apurando, mas ainda
não quer se pronunciar sobre as investigações. A reportagem do Portal de
Notícias 24 Horas News apurou, no entanto, algumas pessoas serão denunciadas nos próximos dias por causa dos laudos.
Além das testemunhas que viram Wesley ser baleado. De dezenas de
pessoas que viram o buraco que a bala deixou, além é claro, e de um
primeiro laudo que apontava a morte como consequência de Projetil de
Arma de Fogo (PAF), surgiu, no entanto, um laudo misterioso que apontava
a consequência da morte como objeto cortante ou contundente (faca ou
chuço) e também arma de fogo.
Só que, apesar do tiro e do grande buraco, a consequência da morte de
Wesley, segundo a reportagem teve acesso aos laudos com exclusividade,
teria sido a perfuração do objeto cortante, ou contundente, faca o
chuço, arma artesanal usada pelos presos. Os dois laudos foram
assinados pelos médicos legistas do Instituto Médico Legal (IML),
doutora Valéria da Corte Rossi, e pelo doutor Josias dos santos
Guimarães.
Procurada pela reportagem meses atrás para saber sobre os laudos, a
delegada Anaide Barros, da equipe de investigações da Delegacia de
Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), e presidenta do inquérito, não
quis falar sobre o assunto, alegando que o caso estava em “segredo de
Justiça”.
Logo após o segundo laudo, a reportagem tentou ouvir diversos
especialistas em Medicina Legal, mas ninguém se propôs a falar sobre o
assunto, alegando, principalmente a ética médica como impedimento.
Dentro do IML a reportagem também encontrou um clima de “lei do
silêncio”, embora os comentários cada um, mais irônico que o outro.
ENTENDAO CASO
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PM mata agente prisional
e presidiário dentro da
Penitenciária Central
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Trabalhando há apenas 17 dias, o agente prisional Wesley da Silva
Santos, de 24 anos foi executado em serviço. A Polícia confirmou no fim
da tarde uma uma segunda-feira, 20 de junho de 2011 a a morte do o
agente prisional em conseqüência de um tiro de escopeta calibre 12,
disparado por um policial militar durante uma rebelião ocorrida no
início da tarde na Penitenciária Central do Estado de Mato Grosso (PCE),
(antigo Presídio do Pascoal Ramos).
Também morreu no início da noite, segundo confirmação da Polícia, o
presidiário Uenes Brito dos Santos, de 22 anos. Ele havia sido atingido
por um disparo feito pela Polícia, mas não resistiu ao ferimento,
falecendo no Pronto-socorro de Cuiabá.
Com a confirmação da causa da morte do agente, a delegada Anaíde
Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), solicitou
exame de balística para saber de qual arma o cartucho foi disparado.
Além do agente prisional, outros dois detentos foram baleados no motim,
ocorrido no Raio 3. A informação inicial extraoficial é era de que o
agente tinha sido morto a golpes de "chuços" (armas artesanais).
Wesley foi empossado no último dia três de junho. Ele estava em segundo
plantão enquanto agente penitenciário e, conforme alguns colegas, ainda
estava sem experiência para momentos de tensão no qual a categoria
convive no dia a dia.
Wesley foi baleado num corredor do Raio 3, onde ocorreu o confronto
entre os policiais e os mais de 300 presos amotinados. O cadáver foi
retido por outros agentes prisionais e colocado no setor do alojamento
dos agentes. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram no
local fazendo a perícia.
Wesley estava em companhia de outro agente prisional - de pré-nome
Antenor -, que possui curso de luta livre e conseguiu escapar dos
detentos, mas ficou em estado de choque. Ele teve que ser levado ao
Pronto-socorro de Cuiabá (PSC). Segundo a polícia, o motim começou
depois que os presos questionaram o cancelamento de visitas.
Na ação, a Polícia Militar baleou três detentos: um ficou gravemente
ferido com três tiros e foi levado ao Pronto-socorro por uma ambulância
do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). O presidiário Uenes
Brito dos Santos, de 22 anos morreu ainda na noite do mesmo dia da
tentativa de rebelião na Penitenciária Central.
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