G1 MT
Familiares de detentos que cumprem pena no Centro de Ressocialização de Cuiabá, antigo presídio do Carumbé, entraram no local na manhã desta terça-feira (30), durante a greve dos agentes prisionais no estado e causaram confusão na porta da unidade. Apesar da Justiça ter determinado o retorno de 70% do efetivo, a categoria manteve somente 30% e alega que as visitas devem ser suspensas porque não tem como garantir a segurança dos visitantes no interior da unidade, com menos da metade de profissionais trabalhando.
O advogado do Sindicato dos Servidores Penitenciários do
Estado de Mato Grosso (Sindspen), Carlos Eduardo Feguri, afirmou que um major
da Polícia Militar chegou ao presídio dizendo que tinha uma liminar que
obrigada a segurança da unidade a abrir os portões e permitir a entrada dos
visitantes. "O major disse que tinha uma liminar e, caso a direção se
negasse a abrir o portão, poderia dar voz de prisão a ele. Ele disse ainda que
se os grevistas não liberassem a entrada também poderiam ser presos, mas essa
decisão judicial que trata da prisão não existe", alegou.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia
Militar e esta informou que ainda não tinha nenhuma informação acerca dessa
confusão, entre agentes prisionais, familiares dos reeducandos e PM.
Um grupo de aproximadamente 100 agentes prisionais tentaram
evitar a entrada dessas pessoas no presídio, formando uma barreira 'humana', o
que causou tumulto. Porém, foi liberada a entrada de pelo menos 20 familiares
na unidade. O horário da visita deve terminar às 13h [horário de Mato Grosso].
A greve dos agentes do sistema penitenciário de Mato Grosso
começou na última sexta-feira (26). A categoria alega que não houve avanços nas
negociações com o governo do estado quanto à pauta de reivindicações. O estado
conta atualmente com 2.550 entre agentes prisionais e servidores do sistema.
A categoria cobra aumento no efetivo de agentes, além de
pagamento de adicional de insalubridade, reajuste salarial e melhores condições
de trabalho e segurança. O salário-base de um agente prisional é de R$ 1.998.
Eles querem a recomposição de 20% referentes a 2012, 25% para este ano e 30%
para 2014. Conforme o sindicato, a contraproposta do governo foi de apenas 5% e
acabou não sendo aceita durante assembleia geral realizada pelos profissionais.
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