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terça-feira, 23 de julho de 2013

Décimo policial investigado por envolvimento com tráfico é preso em SP

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O investigador Danilo da Silva Nascimento se apresentou à Corregedoria da Polícia Civil no domingo e deverá ser afastado do cargo

Viaturas da Polícia Civil
Mudanças: Denarc deve ser reformulado após prisão de policiais por ligação com o PCC (Divulgação)
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo prendeu o investigador Danilo da Silva Nascimento, de 43 anos, que era considerado foragido da Justiça e se entregou no domingo. Nascimento é o décimo policial civil investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) porenvolvimento com traficantes a ser detido. Ele foi levado para o Presídio da Polícia Civil, na capital paulista.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Nascimento se apresentou à Corregedoria acompanhado de seu advogado. O investigador trabalhava na 1ª Delegacia da Divisão de Investigações Gerais (DIG), do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Ele teve a prisão temporária decretada na semana passada. A identidade dele e de outros cinco policiais civis investigados foram divulgadas pela Corregedoria depois que operação deflagrada com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Narcotráfico (Gaeco) não conseguiu localizá-los.
Na última quarta-feira, os investigadores Jandre Gomes Lopes de Souza e Gilson Iwamizu dos Santos também se entregaram à Corregedoria e foram presos. O delegado-geral, Luiz Maurício Blazeck, afastou ambos do cargo na quinta-feira passada. Nascimento deverá ser afastado imediatamente e perderá a remuneração até que o caso tenha transitado em julgado na Justiça.
Dos treze policiais investigados, três continuam foragidos: Daniel Dreyer Bazzan, Leonel Rodrigues Santos e Sílvio Cesar de Carvalho Videira. O delegado Clemente Calvo Castilhone Júnior, supervisor da Unidade de Inteligência do Denarc, teve a prisão revogada com a autorização do MPE depois de prestar depoimento aos promotores.
Valores - Os investigados são suspeitos de participar de um esquema de recebimento de propina de traficantes que rendeu cerca de 2 milhões de reais. Eles recebiam até 300 000 reais por ano, de acordo com promotores. O Gaeco de Campinas descobriu a relação entre policiais e criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) ao interceptar conversas telefônicas do bando de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. Líder do tráfico em Campinas, Andinho está preso desde 2002 em Presidente Venceslau, mas manteve contato por celular com comparsas.


Segundo os promotores, os policiais cometeram crimes como corrupção, formação de quadrilha, roubo, tortura e extorsão mediante sequestro. Eles vazavam informações para traficantes eforjavam evidências em processos criminais em troca de dinheiro. O delegado-geral promete anunciar uma reformulação no Denarc e pode acabar com a participação do departamento em investigações no interior paulista.

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