Administração Prisional disse que 16 prisões serão construídas em 2014.
Comente agora
Presos enfrentam superlotação no Ceresp
(Foto: Reprodução/TV Integração)
O Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora,
está com o número de presos 287,3% maior do que a capacidade, segundo
dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Os parentes
reclamam das condições em que os presos estão vivendo.(Foto: Reprodução/TV Integração)
Uma mulher que não quer se identificar tem dois filhos presos no Ceresp. Ela denunciou que eles reclamam das condições carcerárias, da comida, que estaria azeda, e da falta de espaço nas celas. Na hora da visita, segundo ela, as mães sofrem com a espera. "Tem que ficar todo mundo junto ali. Então muitos se sentem mal com o mau cheiro e a comida ruim. As esposas e mães que vão visitar têm que chegar de madrugada para garantir o lugar", contou.
No Ceresp, onde deveriam estar 332 detentos, foram colocados 954, quase três vezes a capacidade. Quase um terço desse total são presos não condenados pela Justiça. Segundo a coordenadora dos Direitos Penitenciários, Suelo Piva, em celas onde caberiam cinco presos, tem até 40 detentos. "As outras reclamações são que, no inverno, o banho é gelado e no verão é muito quente, até por causa da falta de ventilação nas celas. Essa é a realidade em Juiz de Fora, que não é diferente dos outros estados", disse. A Seds informou que o Ceresp tem a característica de porta de entrada para o sistema prisional e que, apesar da lotação, tem alta rotatividade.
No Ceresp faltam pelo menos 650 vagas, segundo a Subsecretaria de Administração Prisional do Estado. A cidade também apresenta outras unidades menores que não estão superlotadas. De acordo com os dados da Seds, na Penitenciária José Edson Cavalieri a capacidade é de 438 detentos. No momento, 458 presos estão no local. Na Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, a capacidade é para 496 presos e a ocupação é de 501. No Hospital de Toxicômanos Padre Wilson Valle, são 100 vagas e 45 detentos.
Para as autoridades penitenciárias, a maior preocupação é resolver o problema do Ceresp, como afirmou Sueli Piva. "Eu não vejo uma solução a curto e médio prazo. Eu acho que o Estado tem que construir presídios que recuperem estes presidiários. Do jeito que a situação se encontra hoje, nós temos ali dentro as celas onde os homens são jogados e esquecidos pelo sistema", disse.
A Secretaria de Administração Prisional informou que planeja ações em conjunto com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais para tentar resolver o problema da superlotação no Ceresp. Alguns presos são transferidos e outros liberados. Ainda foi informado que, entre 2012 e 2013, o número de vagas no sistema prisional no estado aumentou mais de 500% com a construção de novas unidades, gerando 1584 vagas a mais no ano passado. Em 2014, existe a previsão de construção de 16 unidades e a ampliação de outras quatro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário